domingo, 12 de janeiro de 2014

UM DIA A GENTE APRENDE... JÁ É!

Eu já contei antes como surgiu o tema que eu me dediquei a estudar para defender no mestrado: analfabetismo numérico. Na virada do século 20 para o 21 [é engraçado escrever assim, mas foi isso mesmo... já faz tempo!], com a democratização do acesso à tecnologia, os números tomaram conta da vida e as PESSOAS tiveram que naturalizar a toque de caixa uma linguagem mais artificial do que as palavras: os números.

Nós não estávamos preparados para isso. Muita gente ganhou e ainda ganha dinheiro com o despreparo dos demais. Desde os hipermercados com ofertas de araque, até as instituições financeiras com as taxas de administração embutidas em todos os serviços. Coisa miúda que, em escala enriquece quem já é rico.

As PESSOAS são vulneráveis? Claro que sim, especialmente no Brasil, porque os níveis de Educação mais lamentáveis do planeta interessam a muita gente que explora, tira vantagem dessa situação lamentável. Existem países piores, é verdade! Mas a economia nesses lugares desprovidos não se compara à do Brasil. Aqui, a distribuição de renda é uma calamidade vergonhosa que, desde que eu me conheço, muda, muda, muda governo e isso não se resolve... Será?

Um dia a gente aprende


O desespero de alguns jornalistas pra fazer terrorismo 
 com a inflação em véspera de eleição produz essas pérolas: 

no gráfico da GloboNews 5,91% é mais que 5,92 

ou 6,50%, e 6X mais que 4,31%! 

Acabou de ir pro ar no Conta Corrente!
Encontrei ontem, nas redes sociais, a pérola do gráfico aí ao lado. Foi postado por Anderson Ramos (clique aqui). Coloquei na legenda o comentário que acompanhava a imagem. Não conheço quem publicou. O que me chama a atenção é a indignação do telespectador. Ele, corretamente, associa o erro a intenções políticas que comprometem a precisão e a realidade dos dados da Economia que se vive no país. E - pela indignação que se percebe nas palavras - ele, até então, dava credibilidade à fonte. Até então!

Perdeu, playboy! 

No Brasil, para o bem e para o mal, a grande maioria das PESSOAS aprende com a TV. A diferença é que, agora, elas e as demais que aprendem de outras formas também vão para as redes sociais ensinar as outras PESSOAS que ainda não sabem! 

Quando uma Enron (clique aqui) quebra por contabilizar e auditar errado para enganar PESSOAS, quando um Lehman Brothers (clique aqui) quebra por precificar errado parte de seu capital, quando a OGX  (clique aqui), depois de tanta pose, pompa e circunstância de Eike Batista, quebra, as PESSOAS vão ficando mais atentas e menos crédulas.

O jornalista Mário Rosa em seus excelentes livros Escândalo e Reputação já havia alertado para a mudança de comportamento desencadeado pela democratização dos processos de produção de informação, durante muito tempo mantido como monopólio das grandes empresas do ramo.

Aos poucos, as PESSOAS passarão a dar credibilidade somente ao que for verdadeiramente respeitoso. No post do facer, há uma aula relâmpago: como ler gráfico, como calcular proporções, como articular Economia e Política. Mas há mais: há um alerta e uma contraindicação à marca: o Conta Corrente!

Eu sei que é fim de domingo e ninguém merece dormir com um barulho desses. Mas é que eu quis deixar o registro, antes que ele voasse dos meus pensamentos. Porque, fosse em 2002, quando eu defendi meu mestrado, poucos se sensibilizariam com as minhas previsões que avisavam sobre necessidade de capacitação de leitores em números.

Para quem gosta de provocação, eu vou encerrar este post com uma reflexão genial de Viviane Mosé. Ela explica melhor essa coisa de que o mundo precisa de gente que goste de pensar para evoluir. "O saber é para trocar. [...] A rede de computadores é o lugar onde se democratiza o conhecimento em tempo real", avisa Viviane Mosé. Heloooooooooooooooo! Acorda prá cuspir, cara pálida!



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