terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

QUANDO NÃO BATEM, NÚMEROS MALTRATAM PLANOS!

Os números nem sempre batem é uma informação que está no meu DNA. Todo mundo sabe, eu tenho implicância com números. E muito provavelmente esta é a razão irônica pela qual eles invadem a minha vida.

Daí eu ter dedicado um curso de mestrado em Comunicação para investigar um caminho interpretativo para aquilo que eu e muito provavelmente a minha geração entendeu como exato, cartesiano, preciso, inflexível, lógico e racional: os números! Eu digo a minha geração porque antes dela, na vida ordinária, as grandezas eram aproximadas. As balanças não eram digitais. A comida não era congelada muito menos pasteurizada. As compras vinham com choro: do peixe às batatas. As contas eram feitas sem calculadoras e planilhas. Estou falando do início da década de 1970.

Depois dela, tudo mudou! No final da década de 1990, a democratização do computador pessoal trouxe à reboque a obsessão com os números que foi crescendo cada vez mais e ganhando complexidades cada vez maiores. O ranço do modelo científico transposto sem filtro para a vida fora da academia. Deveríamos ter aprendido: os números batem, desde que mantida a estabilidade e condições similares, mesmo em ambientes diferentes. É assim que se reproduzem resultados semelhantes.

Aquilo que não tem mais nome

Precisamos de novos mapas mentais, ensina o professor Gil Giardelli (ESPM-ECA/USP). Agora, a vida é em modo Beta, conceitua o professor Silvio Meira (C.E.S.A.R), referindo-se à ausência de modelos, porque as mudanças acontecem cada vez mais rápido e transformam tudo em escala. E isso me faz lembrar das esculturas cinéticas que agora são produzidas pelas impressoras 3 D, com suas engrenagens que se encaixam organicamente e se movimentam simultaneamente. 

Estamos experimentando a desconstrução de parte do pensamento Iluminista. Não era sem tempo. Ele foi prevalente por pelo menos três séculos! Estamos aprendendo [tomara que não tardiamente] a interdependência e a complexidade. Porque o modelo Iluminista nos fez simplificar e linearizar a realidade para validar as fórmulas. Fez com  que adotássemos indiscriminadamente e legitimássemos o academicismo, o que funcionou em ambientes e circunstâncias.  Mas é um artifício inapto e não se sustenta mais em ambientes totalmente e cada vez mais instáveis... como nós mesmos!

A Previdência Complementar

Há algum tempo estou dedicada a fazer um exercício para interpretar um fato simples: déficit! Sou participante de um Plano de Previdência Complementar que como outra centena não obteve bons resultados em 2013 (clique aqui), apesar de evidentemente terem desenhado a Política de Investimentos mais favorável aos ganhos. O que aconteceu? Uma instabilidade no cenário!

Dá para consertar? Com o tempo, dá para compensar! Mas perda é perda. Além disso, risco é risco e quem está em Previdência Complementar sabe que - mesmo sob controle - os riscos são inevitáveis. Acho que é por isso que eu gosto de uma prestação de contas feita pela PREVIG (clique aqui). Gosto da objetividade e da integridade. Gosto dos pontos de referência para explicar resultados que ninguém gosta de apresentar, mas que são fatos.

A Previdência Complementar Fechada no Brasil oficialmente data de 1977. Tem pouco mais do que 30 anos em uma estrada, convenhamos, pouco pavimentada. Mesmo assim, acumula um patrimônio que representa 15% do PIB e - mais importante que isso - paga rigorosa e mensalmente a suplementação para mais de 700 mil aposentados! E esse compromisso só vai crescer muito rapidamente nos próximos anos. Os planos estão amadurecendo.

Muito há que ser feito e não é nada simples. Hoje, pelas redes sociais, encontrei um artigo da GAMA Consultores Associados tratando de parte dessa discussão e uma provocação bastante incisiva: "o desenho tem que voltar à prancheta" (clique aqui). Isso significa que tem que refazer as regras e os cálculos, o que demanda as contribuições imediatas de atuários, profissionais de investimentos, contadores.

Eu somaria ao time advogados e jornalistas. Porque os números poderão ser aperfeiçoados. Mas a percepção sobre eles também precisa evoluir. Previdência Complementar é uma estrutura de equilíbrio e não especulação. Gestores e participantes precisam aprender a defender essa conduta previdente, para enfrentar com mais maturidade, consciência e preparo os riscos inerentes à escolha, qualquer que seja o tamanho da prospecção do horizonte.
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