É angustiante a sensação de estar off-line com vontade de compartilhar online aquilo que considero relevante para essa experiência do CONVERSAÇÃO que faz a ponte, intermedia o contato entre mim e um mundo que eu não sei bem o tamanho.
Comecei a semana trabalhando para a TV ABRAPP no 3º Seminário SPPC/ABRAPP A Integração dos Órgãos Estatutários na Governança – A sustentabilidade da Previdência Complementar e a Importância da Governança, realizado em Porto Alegre.
Editar o que aconteceu lá não cabe no propósito deste post.
Por isso, selecionei alguns aspectos que fizeram minha massa cinzenta fermentar
feito massa de pão... Ideias são o pão da alma... talvez isso seja coisa do
Rubem Alves, que tinha uma vocação superior para fazer analogias entre Educação
e Gastronomia.
Então, os trechos dos cases da FIBRA e da SABESPREV sobre
Governança que eu pude acompanhar fizeram um bem danado para a minha cabeça.
Porque é sempre uma satisfação entender como um processo sensível e ao mesmo
tempo estratégico pode ser explicado com tanto domínio e didatismo.
Governança é sensível porque está sujeita a uma infinidade
de riscos – de conflito de interesses, de imagem, de reputação, risco legal,
colarinho branco, operacional – que comprometem a confiança do participante, do
patrocinador, da sociedade no Sistema de Previdência Complementar. A
implantação dos mecanismos de identificação e mensuração de riscos cabe aos
Dirigentes e Conselheiros. Mas a utilização correta depende de uma cultura de
controles internos e gestão de riscos que deve ser compartilhada com todos os
operadores da Previdência Complementar, inclusive os terceirizados. É um
trabalho de fôlego e vocação.
Governança é estratégica para a continuidade do negócio
porque Previdência Complementar é cada vez mais complexa, por se tratar de uma
entrega de serviço em longo prazo. Isso significa um período de acumulação
mínimo de patrimônio de 30 anos para uma fruição de benefícios no pós-carreira
que pode ser de 30, 40, 50 anos. A longevidade global é fato.
Sílvio Rangel
(FIBRA) fez um apelo eloquente que tem todo eco aqui no CONVERSAÇÃO: a
Comunicação Previdenciária não é só resultado de rentabilidade dos
investimentos. Pode parecer óbvio para quem entende do assunto. Mas não é assim
para o participante, para o patrocinador, para a mídia e para a sociedade. Por
isso, por mais que a gestão seja qualificada, qualquer problema no Sistema é
percebido e disseminado pela mídia como generalizado.
Isso reflete indistintamente para a imagem, a reputação e a
credibilidade de Entidades Fechadas de Previdência Complementar que atuem ou
não com lisura, com ética, com rigor técnico. A mídia, diferente do que
acontece em outros segmentos do mercado, universaliza casos isolados, pontuais.
Para usar uma analogia simples, é como se um recall de uma peça no travamento
de uma porta de uma marca de automóveis fizesse com que toda a frota de
automóveis de uma cidade parar.
Os obstáculos na
prática
Da plateia surgiu um testemunho sobre a necessidade de um
reposicionamento setorial radical – com foco no compromisso com a defesa do
contrato previdenciário e o pagamento de benefícios - para enfrentar essas distorções
de percepção sobre Governança nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar.
A reivindicação é justa! Afinal, hoje a percepção distorcida
sobre Governança está dificultando as ações realizadas para expansão do
Sistema, notadamente os potenciais Patrocinadores, que têm dúvidas sobre a
capacidade de superação de conflitos pelas Entidades Fechadas de Previdência
Complementar.
Trata-se, portanto, de uma questão de Comunicação, que
precisa ser mais dramática na expressão dessa cultura que está implantada nas
melhores práticas, na excelência institucional, na competência técnica de
operadores, dirigentes e conselheiros da Previdência Complementar.
Redução da TAFIC como
reconhecimento
Liège Ayub (SABESPREV) – além de propor que os operadores da
Previdência Complementar se apaixonem por Governança, ainda sugeriu que a
PREVIC reconheça as melhores práticas em Governança das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar por meio de redução da TAFIC. Qual a relevância dessa
proposta?
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar não têm
fins lucrativos. Seus Conselheiros – na maioria dos casos – não são
remunerados, mas precisam de uma qualificação técnica específica para exercerem
suas funções. Além disso, são juridicamente responsáveis por decisões
institucionais, cada vez mais complexas. O reconhecimento da PREVIC materializaria
a distinção quanto menor fosse a demanda por atuação fiscalizatória oficial.
Uma rede de fãs
Vou finalizar este post com uma sugestão poderosíssima da consultora
Marisa Santoro Bravi, da Comissão
Técnica Nacional de Relacionamento com o Participante da ABRAPP. A Previdência Complementar precisa trabalhar
para que a cultura do relacionamento institucional conquiste uma legião de fãs –
embaixadores da marca – nos ambientes off e online, no mundo real e no mundo
virtual.
E eu adorei essa proposta, porque só assim a gente tem armas
para lidar com essa voz hegemônica da mídia. Só assim a gente conquista todas as gerações e faz a troca intergeracional que a sociedade demanda.
É nas PESSOAS que está a resposta.
Essa voz, esse protagonismo, essa participação precisa ser ativada por todos
nós.
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