quinta-feira, 25 de setembro de 2014

UMA LEGIÃO DE FÃS PARA A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


É angustiante a sensação de estar off-line com vontade de compartilhar online aquilo que considero relevante para essa experiência do CONVERSAÇÃO que faz a ponte, intermedia o contato entre mim e um mundo que eu não sei bem o tamanho.

Comecei a semana trabalhando para a TV ABRAPP no 3º Seminário SPPC/ABRAPP A Integração dos Órgãos Estatutários na Governança – A sustentabilidade da Previdência Complementar e a Importância da Governança, realizado em Porto Alegre.

Editar o que aconteceu lá não cabe no propósito deste post. Por isso, selecionei alguns aspectos que fizeram minha massa cinzenta fermentar feito massa de pão... Ideias são o pão da alma... talvez isso seja coisa do Rubem Alves, que tinha uma vocação superior para fazer analogias entre Educação e Gastronomia.

Então, os trechos dos cases da FIBRA e da SABESPREV sobre Governança que eu pude acompanhar fizeram um bem danado para a minha cabeça. Porque é sempre uma satisfação entender como um processo sensível e ao mesmo tempo estratégico pode ser explicado com tanto domínio e didatismo.

Governança é sensível porque está sujeita a uma infinidade de riscos – de conflito de interesses, de imagem, de reputação, risco legal, colarinho branco, operacional – que comprometem a confiança do participante, do patrocinador, da sociedade no Sistema de Previdência Complementar. A implantação dos mecanismos de identificação e mensuração de riscos cabe aos Dirigentes e Conselheiros. Mas a utilização correta depende de uma cultura de controles internos e gestão de riscos que deve ser compartilhada com todos os operadores da Previdência Complementar, inclusive os terceirizados. É um trabalho de fôlego e vocação.

Governança é estratégica para a continuidade do negócio porque Previdência Complementar é cada vez mais complexa, por se tratar de uma entrega de serviço em longo prazo. Isso significa um período de acumulação mínimo de patrimônio de 30 anos para uma fruição de benefícios no pós-carreira que pode ser de 30, 40, 50 anos. A longevidade global é fato.

Sílvio Rangel (FIBRA) fez um apelo eloquente que tem todo eco aqui no CONVERSAÇÃO: a Comunicação Previdenciária não é só resultado de rentabilidade dos investimentos. Pode parecer óbvio para quem entende do assunto. Mas não é assim para o participante, para o patrocinador, para a mídia e para a sociedade. Por isso, por mais que a gestão seja qualificada, qualquer problema no Sistema é percebido e disseminado pela mídia como generalizado.
Isso reflete indistintamente para a imagem, a reputação e a credibilidade de Entidades Fechadas de Previdência Complementar que atuem ou não com lisura, com ética, com rigor técnico. A mídia, diferente do que acontece em outros segmentos do mercado, universaliza casos isolados, pontuais. Para usar uma analogia simples, é como se um recall de uma peça no travamento de uma porta de uma marca de automóveis fizesse com que toda a frota de automóveis de uma cidade parar.



Os obstáculos na prática

Da plateia surgiu um testemunho sobre a necessidade de um reposicionamento setorial radical – com foco no compromisso com a defesa do contrato previdenciário e o pagamento de benefícios - para enfrentar essas distorções de percepção sobre Governança nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

A reivindicação é justa! Afinal, hoje a percepção distorcida sobre Governança está dificultando as ações realizadas para expansão do Sistema, notadamente os potenciais Patrocinadores, que têm dúvidas sobre a capacidade de superação de conflitos pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

Trata-se, portanto, de uma questão de Comunicação, que precisa ser mais dramática na expressão dessa cultura que está implantada nas melhores práticas, na excelência institucional, na competência técnica de operadores, dirigentes e conselheiros da Previdência Complementar.

Redução da TAFIC como reconhecimento

Liège Ayub (SABESPREV) – além de propor que os operadores da Previdência Complementar se apaixonem por Governança, ainda sugeriu que a PREVIC reconheça as melhores práticas em Governança das Entidades Fechadas de Previdência Complementar por meio de redução da TAFIC. Qual a relevância dessa proposta?
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar não têm fins lucrativos. Seus Conselheiros – na maioria dos casos – não são remunerados, mas precisam de uma qualificação técnica específica para exercerem suas funções. Além disso, são juridicamente responsáveis por decisões institucionais, cada vez mais complexas. O reconhecimento da PREVIC materializaria a distinção quanto menor fosse a demanda por atuação fiscalizatória oficial.

Uma rede de fãs

Vou finalizar este post com uma sugestão poderosíssima da consultora Marisa Santoro Bravi, da Comissão Técnica Nacional de Relacionamento com o Participante da ABRAPP.  A Previdência Complementar precisa trabalhar para que a cultura do relacionamento institucional conquiste uma legião de fãs – embaixadores da marca – nos ambientes off e online, no mundo real e no mundo virtual.
E eu adorei essa proposta, porque só assim a gente tem armas para lidar com essa voz hegemônica da mídia. Só assim a gente conquista todas as gerações e faz a troca intergeracional que a sociedade demanda.

É nas PESSOAS que está a resposta. Essa voz, esse protagonismo, essa participação precisa ser ativada por todos nós.

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