terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PARTICIPAÇÃO E INCLUSÃO SÃO MARCAS DO SÉCULO 21

Os acontecimentos globais dos últimos dias são complexos e expõem simultaneamente tanto a diversidade, quanto a importância da tolerância às diferenças. É impossível ser incluído nesse caldeirão social, econômico, político, religioso e se imaginar isolado! É complexo, é paradoxal, é junto e misturado, ao mesmo tempo. 

Eu não sei se as instituições terão fôlego e estrutura para reposicionar a sociedade globalmente. O que me parece mais lógico é que elas colaborem com a produção de instrumentos. E que a sociedade retribua com um processo de autodidatismo, participação, protagonismo e inclusão.

Sou boa em otimismo. Sou boa em utopia. Mas aqui estou sendo apenas realista. Como espécie, não temos outra saída! Por isso, este post é dedicado a um instrumento: o Relatório Como governar em nome da sustentabilidade - edição brasileira em versão digital para download (clique aqui) - lançado pelo Worldwatch Institute (WWI).

Esse documento homenageia Lester Brown, visionário que trabalha com PESSOAS capazes de encontrar no mundo sinais que identificar mudanças. Seus colaboradores sintetizam e compartilham informações para antecipar soluções e aproveitar oportunidades. Lester Brown nasceu em 1934 e não pretende se aposentar.

O relatório do WWI, fundado por Lester Brown, é - simultaneamente - aterrorizante e empolgante. Associa os conceitos de sustentabilidade, produção e riqueza. À primeira vista, pode parecer senso comum e uma certa incoerência para combinar essas três grandezas. Mas há um percurso - tenso - para reestruturar toda a sociedade. Este movimento é global e individual.

Compartilhamento de riqueza faz sentido, dependendo da destinação que se dá à riqueza. Por experiência, sabemos que - isolados ou juntos - mercado e governo nem sempre atuam a favor da sociedade e da sustentabilidade da espécie. Também sabemos que mercado, governo e sociedade têm perspectiva imediatista, daí o esgotamento, o comprometimento das reservas naturais do Planeta. Esse cenário está muito bem caracterizado e fundamentado tanto por meio de teoria acadêmica no Relatório WWI.

O que me anima é que, entre uma análise e outra, o Relatório também mostra novos comportamentos. As redes tecnológicas criando conexões que possibilitam uma organização social para a busca de soluções comuns, interdependentes, acessíveis, eficientes e menos burocráticas. Isso só se consegue com autonomia, participação e protagonismo. E aqui eu também destaco a troca intergeracional. Pode não ser evidente, mas há o envelhecimento da espécie humana (longevidade) nesta história toda.

O Relatório WWI - assim como todos os cidadãos do Planeta - aponta para a corrupção e da ignorância como grandes desencadeadores do caos atual. E afirma que a evolução humana depende dessa correção de caráter social. 
"Governos eficazes, em suas várias formas, precisarão contar com uma cidadania alerta, bem informada, educada ambientalmente, ponderada e solidária. Se e em que medida isso será democrático, isso não sabemos. A forma da democracia como ela é praticada em sociedades consumistas e dominadas pela mentalidade corporativa são bem conhecidas". 
Como as mudanças, as inovações, as respostas só são dadas quando PERGUNTAS são formuladas, o Relatório WWI dispara:
"É possível, mesmo assim, um renascimento da democracia? É possível criar formas novas e mais eficazes de cidadania do século XXI? É possível usar a televisão e a internet para organizar uma sociedade ativa e fortemente democrática, dos bairros às políticas globais? É possível que organizações não governamentais e redes diversificadas e transculturais de cidadãos alcancem aquilo que as atuais formas de política e governo não conseguem alcançar?".
Para todas essa indagação angustiante, antecipa e constata:

"O tempo dirá. O que sabemos com certeza é que cidadãos, redes, empresas, associações regionais, organizações não governamentais e governos centrais serão chamados a executar suas funções. O século XXI e o período posteiror a ele são uma espécie de alerta máximo para a raça humana. Não temos tempo para mais procrastinação, evasivas e erros políticos. Devemos agora mobilizar a sociedade para uma transição rápida rumo a um futuro com baixas emissões de carbono. Quanto mais esperarmos para tratarmos da crise climática e tudo o que ela traz em seu bojo, necessariamente maior será a futura intrusão governamental na economia e na sociedade e mais problemático seu resultado final".
Convergências e complementaridade

Para quem trabalha com Previdência Complementar, essas reflexões não são exatamente uma surpresa. Reforçam diferentes conceitos abordados por autores brilhantes como Eduardo Giannetti, Paulo Rabello de Castro, Gustavo Cerbasi, Sílvio Meira, entre outros.

Como nem todo mundo encara um mergulho mais profundo nesse tipo de reflexão, vou sugerir aqui uma surfada rápida em Maurício de Sousa. O gibi Cidadania (clique aqui) é uma "molhadinha no pé" sobre "o que está pegando no mundo". Vale dar uma espiada! E vale compartilhar!

Porque, se você ainda não sabe qual será o seu papel neste tsunami, saiba que cada batida de asa de borboleta se junta nesse movimento que faremos juntos, independentemente da nossa vontade individual. Como - por princípio - ignorância e consciência são excludentes, que tal começar seu protagonismo compartilhando. 

Penso que, quando superarmos todos esses desafios evolutivos e de reorganização social, descobriremos que a grande riqueza a ser compartilhada pela nossa espécie é a vida, despojada de tudo e com potencial para ser!

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