
Eu não sei se as instituições terão fôlego e estrutura para reposicionar a sociedade globalmente. O que me parece mais lógico é que elas colaborem com a produção de instrumentos. E que a sociedade retribua com um processo de autodidatismo, participação, protagonismo e inclusão.
Sou boa em otimismo. Sou boa em utopia. Mas aqui estou sendo apenas realista. Como espécie, não temos outra saída! Por isso, este post é dedicado a um instrumento: o Relatório Como governar em nome da sustentabilidade - edição brasileira em versão digital para download (clique aqui) - lançado pelo Worldwatch Institute (WWI).
Esse documento homenageia Lester Brown, visionário que trabalha com PESSOAS capazes de encontrar no mundo sinais que identificar mudanças. Seus colaboradores sintetizam e compartilham informações para antecipar soluções e aproveitar oportunidades. Lester Brown nasceu em 1934 e não pretende se aposentar.
O relatório do WWI, fundado por Lester Brown, é - simultaneamente - aterrorizante e empolgante. Associa os conceitos de sustentabilidade, produção e riqueza. À primeira vista, pode parecer senso comum e uma certa incoerência para combinar essas três grandezas. Mas há um percurso - tenso - para reestruturar toda a sociedade. Este movimento é global e individual.
Compartilhamento de riqueza faz sentido, dependendo da destinação que se dá à riqueza. Por experiência, sabemos que - isolados ou juntos - mercado e governo nem sempre atuam a favor da sociedade e da sustentabilidade da espécie. Também sabemos que mercado, governo e sociedade têm perspectiva imediatista, daí o esgotamento, o comprometimento das reservas naturais do Planeta. Esse cenário está muito bem caracterizado e fundamentado tanto por meio de teoria acadêmica no Relatório WWI.
O que me anima é que, entre uma análise e outra, o Relatório também mostra novos comportamentos. As redes tecnológicas criando conexões que possibilitam uma organização social para a busca de soluções comuns, interdependentes, acessíveis, eficientes e menos burocráticas. Isso só se consegue com autonomia, participação e protagonismo. E aqui eu também destaco a troca intergeracional. Pode não ser evidente, mas há o envelhecimento da espécie humana (longevidade) nesta história toda.
O Relatório WWI - assim como todos os cidadãos do Planeta - aponta para a corrupção e da ignorância como grandes desencadeadores do caos atual. E afirma que a evolução humana depende dessa correção de caráter social.
"Governos eficazes, em suas várias formas, precisarão contar com uma cidadania alerta, bem informada, educada ambientalmente, ponderada e solidária. Se e em que medida isso será democrático, isso não sabemos. A forma da democracia como ela é praticada em sociedades consumistas e dominadas pela mentalidade corporativa são bem conhecidas".Como as mudanças, as inovações, as respostas só são dadas quando PERGUNTAS são formuladas, o Relatório WWI dispara:
"É possível, mesmo assim, um renascimento da democracia? É possível criar formas novas e mais eficazes de cidadania do século XXI? É possível usar a televisão e a internet para organizar uma sociedade ativa e fortemente democrática, dos bairros às políticas globais? É possível que organizações não governamentais e redes diversificadas e transculturais de cidadãos alcancem aquilo que as atuais formas de política e governo não conseguem alcançar?".Para todas essa indagação angustiante, antecipa e constata:
"O tempo dirá. O que sabemos com certeza é que cidadãos, redes, empresas, associações regionais, organizações não governamentais e governos centrais serão chamados a executar suas funções. O século XXI e o período posteiror a ele são uma espécie de alerta máximo para a raça humana. Não temos tempo para mais procrastinação, evasivas e erros políticos. Devemos agora mobilizar a sociedade para uma transição rápida rumo a um futuro com baixas emissões de carbono. Quanto mais esperarmos para tratarmos da crise climática e tudo o que ela traz em seu bojo, necessariamente maior será a futura intrusão governamental na economia e na sociedade e mais problemático seu resultado final".Convergências e complementaridade

Como nem todo mundo encara um mergulho mais profundo nesse tipo de reflexão, vou sugerir aqui uma surfada rápida em Maurício de Sousa. O gibi Cidadania (clique aqui) é uma "molhadinha no pé" sobre "o que está pegando no mundo". Vale dar uma espiada! E vale compartilhar!
Porque, se você ainda não sabe qual será o seu papel neste tsunami, saiba que cada batida de asa de borboleta se junta nesse movimento que faremos juntos, independentemente da nossa vontade individual. Como - por princípio - ignorância e consciência são excludentes, que tal começar seu protagonismo compartilhando.
Penso que, quando superarmos todos esses desafios evolutivos e de reorganização social, descobriremos que a grande riqueza a ser compartilhada pela nossa espécie é a vida, despojada de tudo e com potencial para ser!
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