segunda-feira, 2 de março de 2015

EDUCAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: O UNIVERSO ESTÁ EM EXPANSÃO


Há poucos dias, eu lia as seguintes reflexões na entrevista O MODELO DO ESTADO SUPERPROTETOR ESTÁ ESGOTADO, concedida por Fábio Giambiagi à Revista Fundos de Pensão edição 396.


"O senhor acha que as medidas de educação financeira e previdenciárias adotadas até qui por governo e entidades são satisfatórias? O que falta?".
"O que falta é uma ação institucional muito - eu disse muito - mais incisiva do que a adotada até agora. Outro dia eu estava conversando com meu sobrinho. Ele está no ensino médio. Tem lá Sociologia no primeiro ano do ensino médio e mais Sociologia no segundo e no terceiro. E a mesma coisa com Filosofia. É importante para a formação do indivíduo? Sim, em parte, mas o que se pratica é evidentemente um exagero. E e garoto vai ser jogado na vida aos 18 anos sem ter a menor ideia de quento ele vai ter que poupar por mês para ter um padrão de vida mais ou menos parecido com o dos pais. Diante das necessidades do país, as medidas de educação previdenciárias até agora sã oma gota no oceano, mais nada.É preciso investir pesadamente em um esforço de propaganda institucional voltada para isso. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil não fazem muita propaganda para atrair pessoas para suas agências e linhas de crédito? Pois precisamos fazer um esforço institucional desse gênero voltado para a captação de poupança com fins de longo prazo".
É difícil discordar dessa análise. E esta não é a minha proposta aqui. Estou de acordo. Mas sou otimista e uma gota no oceano já é um cenário diferente ao que tínhamos em 2006, 2007, 2008, quando a Educação Financeira e a Educação Previdenciária oficialmente começaram no Brasil.

Hoje, o país conta - por exemplo - com cursos de extensão universitária, MBA e Pós Graduação em Previdência Complementar capitaneados por instituições como FIA, FIPECAFI, PUC-MG, Universidade Positivo, FAE Business e, agora pela recém-lançada, UNIABRAPP (clique aqui). 

A polêmica sobre a qualificação e certificação dos profissionais de Previdência Complementar ainda pode ser interesse pontual no mercado, mas já não é um questionamento generalizado entre os operadores. São resistências flexibilizadas com ações e negociações e que liberam o fluxo para a consolidação de um cenário mais amplo que uma gota no oceano.

2ª Semana Nacional de Educação Financeira

Além do trabalho de Educação Previdenciária feito pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar, o Brasil é um dos 40 países acompanhados pelo Banco Mundial na sistematização de suas ações de Educação Financeira junto a alunos das escolas dos níveis básico e médio (clique aqui). 

Na primeira edição a Semana Nacional de Educação Financeira, em 2014, contou com 170 ações na programação. A 2ª Semana Nacional de Educação Financeira, entre os dias 9 e 15 de março de 2015, integra a Global Money Week e na programação já conta com mais de 200 ações em todo o Brasil.

Quem assistiu ao webinar SPPC/ABRAPP sabe que também há ações voltadas para a educação aposentados que recebam até dois salários mínimos frente ao risco de superendividamento. Outros resultados eu já publiquei, mas vou repetir. 

No Brasil, a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) teve os primeiros movimentos entre 2006 e 2007. Paulo César dos Santos, da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar, durante o webinar, apresentou os resultados de uma ação voltada para o ensino médio, implantada em 891 escolas públicas brasileiras, capitaneadas por 1.200 professores e envolvendo 27 mil alunos:
  • Aumento da proficiência financeira: os jovens passaram a ter mais desenvoltura, confiança e domínio ao lidar com dinheiro.
  • Aumento da autonomia financeira: os jovens aprenderam a negociar mais
  • Aumento da propensão para poupar: resultado de consciência crítica sobre os apelos para o consumo e aumento da capacidade para fazerem escolhas mais inteligentes.
  • Mudança de comportamento: estabelecimento de prioridades, capacidade de negociação, controle de despesas.
Os resultados tiveram acompanhamento e premiação do Banco Mundial. E, para 2015, é ampliar o trabalho por meio de multiplicadores para atingir 3 mil escolas, 545 professores e 247 multiplicadores.



Os dois lados da mesma moeda

Temos carências gigantescas e temos quem esteja trabalhando inclusive voluntariamente para mudar essa situação. O protagonismo dessas PESSOAS com leitura crítica é que pode pressionar instituições e ativar  os meios de comunicação, as redes sociais para que o tema seja compartilhado, democratizado, popularizado.

Educação Financeira e Previdenciária, consumo consciente e sustentável são conceitos que integram a formação do indivíduo junto à família. A Escola e as demais Instituições podem incorporar, reforçar, disseminar e incentivar as melhores práticas a favor de mais cidadania, mais independência e autonomia financeiras, mais consciência. Ainda que por perspectivas diferentes, todos estão atuando para mais desenvolvimento econômico e social para todo o Brasil.

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