quarta-feira, 22 de julho de 2015

NADA É MAIS MODERNO DO QUE ENVELHECER

Nada é mais moderno que envelhecer. Verso da canção de Arnaldo Antunes (clique aqui).

Por mais que eu queira separar, para mim, a ideia de longevidade nunca figura isolada nas minhas reflexões. Ela sempre vem associada a protagonismo, cidadania, autonomia. São bandeiras do futuro! Porque a longevidade é um fenômeno democrático do século 21.

Há quem esteja preocupado com a representação simbólica dessa longevidade. O bonequinho alquebrado sobre a bengala não representa mais quem ultrapassa os 60. Ontem, no estacionamento do supermercado (quem me conhece, sabe que eu detesto fazer compras) eu observei os septuagenários - que têm vagas para reservadas - preferirem disputar as vagas com quem ainda não conquistou essa prioridade.  Pode parecer prosaico mas é bom lembrar que, no médio prazo, a maioria será prioridade!



E eu fico pensando: quem é que vai dar o recado para a sociedade? Quem está pensando em continuar baixando os degraus dos ônibus que fazem o transporte público? Quem é que vai brigar por calçadas melhores, para evitar acidentes? Quem é que vai protagonizar uma mudança de qualidade na forma como as PESSOAS se preparam para viver essa longevidade?


Relações familiares

Ontem, a Folha de S. Paulo publicou estatísticas sobre o aumento da violência contra idosos no país. São apenas casos denunciados que integram os dados. Mas o que me chama a atenção é que quase 40% dos registros se referem a abuso financeiro e econômico ou violência patrimonial (clique aqui).

Quem se interessa por Educação Financeira e Previdenciária sabe que - além de golpes e assédio fraudulento a que idosos estão expostos - a maior incidência desse tipo de violência acontece entre familiares do idoso, em geral, quando recebem em confiança a responsabilidade de fazer a gestão financeira do patrimônio do idoso. Também são frequentes os caso em que os familiares - por meio de chantagem emocional - levam o idoso a tomar crédito além de sua capacidade de pagar a dívida. Eu já escrevi sobre essa questão aqui, mas é sempre bom lembrar disso.

É bom lembrar ainda que o capítulo sobre o Brasil nas pesquisas globais como O futuro da aposentadoria, feita pelo HSBC, e A Nova Cara da Aposentadoria, da Mongeral Aegon, mostram simultaneamente um otimismo e um absurdo despreparo dos entrevistados em relação ao futuro e a essa longevidade que eles experimentarão. Aqui, cabe um chamado para quem faz Educação Financeira e Previdenciária: intensifique a discussão  da pauta longevidade junto a seus públicos de interesse! Estimule o protagonismo. Problematize e favoreça a CONVERSAÇÃO sobre longevidade

Conquista e risco

A longevidade é uma conquista do século 21 para a maioria dos cidadãos do planeta. A longevidade, sem planejamento financeiro, sem preparo, é mais que um risco. E isso precisa ser abordado de forma realista - não terrorista - com a sociedade, especialmente entre os jovens. 
Imagem do Livro Vermelho do Facebook

Parte do otimismo com que longevidade é percebida pela sociedade deve-se aos sucessos, avanços e superações da Medicina. Há ainda um outro fator: o acesso e as conexões sociais estabelecidas pelas PESSOAS por meio das novas tecnologias da Comunicação e Informação.  

Mas nada é perfeito e a longevidade, sem preparo financeiro, com expectativas irreais de consumo pode voltar a se transformar em um problema de saúde pública, considerando o crescimento em escala da população idosa global.

Eu - por razões óbvias - acredito que é possível criar essa voz coletiva a favor de uma consciência maior sobre a sustentabilidade da vida. É por isso que estou escrevendo esse post. Mas eu não estou sozinha. Nunca estou sozinha. Tenho comigo autores inspirados e vocacionados que estão escrevendo coisas fantásticas, como é o caso do livro Previdência Social na Sociedade de Risco: o desafio da solidariedade com sustentabilidade, de Sílvio Renato Rangel Silveira (clique aqui) e Adeus aposentadoria - como garantir seu futuro sem depender dos outros, de Gustavo Cerbasi (clique aqui).

Em tempos de rede social, é impossível ser negligente. Em tempos de rede social, é fundamental criar correntes de informação com qualidade. Somos do século 21, podemos mudar o jeito que as PESSOAS falam, podemos mudar o mundo, como prega Mark Zuckerberg, o homem do Facebook.

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