A Comunicação e a Educação têm, criam, fazem e encontram muitos caminhos. Essa é uma lição que eu aprendi escrevendo o blogue Conversação! 700 posts: é uma grata surpresa descobrir todas essas prosas em mim e no outro - autores e referências de pensamentos e mensagens que eu compartilho e utilizo para sustentar minhas reflexões e leitores que me acompanham.
Houve um tempo que o silêncio me incomodava. O Conversação, curiosamente, tem poucas interações. Mas tem boa leitura. Os números, as estatísticas me contam isso. As localidades mapeadas apontam que os leitores estão em muitos lugares.
Eu - às vezes - tenho curiosidade de saber como são esses olhos que estão do outro lado do monitor do computador. Eu - às vezes - tenho curiosidade de saber como são os pensamentos dos que prestigiam os posts com suas leituras. Eu - invariavelmente - respeito quem está do outro lado. A companhia mapeada pela estatística e o silêncio me bastam. E me desafiam! Eu sempre fico pensando: será que eu consigo escrever outro post? Eu tenho um tema novo novo? Retomo um tema por outra perspectiva? Eu tenho um novo sentido para compartilhar aqui?
Conversação em essência é relacional. Na prática é muito exercício de imaginação dessa relação virtualmente estabelecida: uma das possibilidades de ser e estar no século 21. Conversação: se eu estivesse em um espaço acadêmico, o blogue poderia ser uma espécie de laboratório de narrativas técnicas. Como estou no espaço virtual, livre de amarras metodológicas, posso exercitar o livre pensar, compartilhar sempre movida por um sonho: minhas palavras vão tocar o outro? Porque eu sou muito permeável a palavras e pensamentos.
Por isso, vou usar um texto do economista Eduardo Giannetti, que lindamente redimensiona as possibilidades dessa dinâmica:
"O advento da agricultura e da criação pastoril em larga escala, há cerca de 12 mil anos, implicou não só uma vasta readaptação de valores, crenças instituições e formas de vida aos seus métodos e exigências: ele implicou a domesticação do animal humano em grau equiparável ao de qualquer planta ou animal. Com o modo de vida agropastoril, a formação de grandes núcleos urbanos, o avanço da divisão do trabalho e a generalização das trocas mediadas pelo dinheiro, o homem deixou de viver, por assim dizer, from hand to mouth. A partir desse marco, toda atividade produtiva passa a tornar-se, de forma crescente, o circuito dos meios, ou seja um território regido pela suspensão do impulso de agir tendo em vista a imediata satisfação dos desejos. Abre-se assim uma fenda - que com os séculos se converteu num vasto, intrincado e por vezes ameaçador sistema de trocas comerciais e financeiras de âmbito planetário -, separando, de um lado, aquilo que se faz no dia a dia para ganhar os meios de vida e, de outro, aquilo que diretamente se almeja: desfrutá-la e bem vivê-la. O divórcio entre os meios e fins na vida prática levou à crescente abstração do concreto vivido e à necessidade - por repressão ou introjeção - da renúncia instintual; ao refreamento da primazia do aqui e agora e ao lugar de relevo que passado e futuro - realidades virtuais - adquirem em nossa vida mental". (Trópicos Utópicos, p.105,106)Futuro e transformação

Na minha imaginação, quero crer que estas palavras reescrevam o óbvio ou o transponham para tocar corações e mentes. Cada uma delas é escolhida com esse propósito. Cada recurso (imagem, vídeo, outros autores) de cada mensagem são garimpados com essa ambição.
Caríssimo Leitor, a gente se transforma juntos neste processo relacional de Comunicação e Educação. Esta é a principal viagem que estamos fazendo juntos, numa alternância permanente da condução deste veículo pelos universos da palavra e do pensamento. Que juntos nós possamos ir cada vez mais longe por esses tantos caminhos que se revelam a cada novo passo. Obrigada, Caríssimo Leitor, muito obrigada!
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