terça-feira, 2 de maio de 2017

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO: BRINCADEIRA DE CRIANÇA... SQN!



Neste feriado, parei para pensar nas resistências que comunicadores e educadores da Previdência Complementar enfrentam na realização deste trabalho tão revolucionário e estratégico. A começar por nós mesmos! Os resultados em Comunicação e Educação são construídos no longo prazo.
Mas é comum lidarmos com a frustração de não alcançar o dado, o número, a resposta, o resultado que queremos simplesmente porque a ação que implantamos precisa de mais tempo, o que é incompatível com o imediatismo que demanda decisões pela  descontinuidade nas mensagens, nos processos, nos canais que tanto trabalhamos para criar.

Imediatismos e restrições orçamentárias dificultam que tenhamos um histórico consistente que nos aponte tendências, preferências, interesses dos públicos com os quais trabalhamos. Mesmo com a legislação a favor de comunicadores e educadores da Previdência Complementar a partir de 2008, a crise econômica dos últimos dois anos provocou retração também no trabalho de Comunicação e Educação em expansão até então.

Some à instabilidade do ambiente, as resistências de segmentos do público estratégico que mais deveria se interessar e fortalecer o ecossistema comunicacional em que a Previdência Complementar se estabelece. Afinal, teoricamente, quem tem expectativa de uso (Participantes) e quem tem experiência de uso (Assistidos) dos benefícios deveriam ser os maiores defensores da Previdência Complementar que, por natureza e só para começar, não tem finalidade lucrativa.


Estratégia e perseverança

É preciso compensar o ambiente desfavorável com muita estratégia e perseverança. Às vezes, reformular a mensagem ajuda a revitalizar e ativar um canal que em algumas empresas já não existe: o mural.

Ah! Até em elevadores, o bom e velho mural foi substituído pelos monitores que veiculam mensagens digitais. Mas em alguns lugares, eles ainda existem. Na semana passada, vi alguns deles. O analógico e o digital! Para comunicadores e educadores, tudo é suporte, tudo é recurso. Mas às vezes precisa ser refuncionalizado para dar relevância às mensagens e ganhar relevância como meio.

Penso que a técnica exige fôlego para  implantar meios, segmentar públicos, elaborar mensagens, ativar canais. Mas a negociação para aprovar essa estrutura e esses processos e programas de Comunicação e Educação é ainda mais complexa, porque esbarra na cultura institucional que pode ou não favorecer o trabalho.

Também penso que os números são poderosos aliados em situação de impasse cultural. As prioridades podem ser estabelecidas com base nos números. Autoatendimento ou atendimento personalizado? Cada modelo demanda um custo, uma infraestrutura, um tempo, uma escala. O que é mais viável para o seu planejamento?

Blogue ou rede social? Conteúdo autoral ou clipping? Que perfil de consumo de mensagens tem o seu público? E se a resposta for conteúdo híbrido? Quem desenvolve a curadoria? O mesmo vale para mensagens SMS e Whatsapp.

É simplista pensar que existem respostas fáceis. É simplista achar que existe retorno rápido. Tudo deve ser construído, testado, adaptado, ajustado para cada público. Mas é certo pensar que, com o tempo, os processos vão ganhando sintonia fina e os resultados cada vez maiores e mais sólidos. Não existe milagre. Se a lâmpada funcionou, foi porque Thomas Edison acreditou na viabilidade, insistiu e trabalhou até a ideia virar realidade.


Fiquei muito feliz com a programação do 2º Encontro Nacional de Comunicação, Relacionamento e Educação da Previdência Complementar, que a ABRAPP realiza na próxima semana no Rio de Janeiro (clique aqui). Tem comemoração à Semana de Educação Financeira, tem inclusão da família, envolvimento dos dirigentes. Mas acho que o que mais me deixou curiosa foi o tema da palestra de encerramento: Inovação: crescimento disruptivo, apresentada pelo fundador da cervejaria Wäls. 

Acho que nos bastidores da apresentação estará uma ideia que hoje tem me provocado: quais soluções e respostas os pequenos têm para virar o jogo? Tamanho é documento? Como se constrói uma cultura com foco no futuro? Como se constrói o engajamento nesta cultura, quando o futuro é só uma possibilidade?

A minha inquietação é uma forma de resistência. Eu preciso dessa resistência em ambientes desfavoráveis, incômodos. As respostas que eu quero encontrar me ajudam a formular novos mapas para trilhar esse ambiente que rejeita amadores (será que algum dia será diferente?). E a esperança, que me trouxe até aqui, é a mesma que vai me ajudar a transformar o que eu conheço no futuro que eu quero alcançar.

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