terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O VOO DA BORBOLETA

Ando meio sem ritmo para fazer meus posts aqui. A verdade é que, desde dezembro, deleguei ao tempo a sua própria divisão. Trocando em miúdos: deixei minha agenda se fazer sozinha. Produzo o que tenho que produzir. Leio um pouco. Acompanho as notícias. Monitoro alguns trabalhos. Nada muito
ordenado! Quero reencontrar meu ritmo, mas não sei bem por onde ele anda.

Ontem, por acaso, estava vendo a economista Mônica De Bolle no Roda Viva na TV Cultura. Era uma reapresentação e, entre muitas análises conjunturais e estruturais sobre o Brasil, ela falava de seu livro Como matar a borboleta azul - uma crônica da era Dilma.

O título do livro, os dados e evidências que ela apresentou e uma pergunta de um dos entrevistadores [quanto tempo demora para recuperar o desmonte da economia brasileira? e a resposta: em média uma década] me inspiraram a fazer uma pesquisa bastante simples.

Para quem me conhece, sabe que tenho um divisor de águas em minha carreira: um texto que fiz em 2009: Efeito Borboleta - uma reflexão sobre Educação Previdenciária. Tratava do potencial do impacto da legislação para o crescimento da Educação Previdenciária no Brasil. 

E aí surgiu a pergunta: como comprovar com evidências essa predição? Pensei então em um método bem simples: pesquisar no Google. Claro que essa pesquisa é bastante rudimentar e só tem o objetivo de provocar uma reflexão para este post. Parti do verbete Educação Previdenciária, fui acrescentando o ano e consegui construir a tabela a seguir:


Confesso que gostaria que a ideia desse monitoramento tivesse me ocorrido antes. Por enquanto, não consigo explicar o salto nos números em 2012. Afinal, os estímulos para a ampliação da Educação Previdenciária - como a liberação da impressão do Relatório Anual de Informações pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar e o Selo de ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) são posteriores: 2014 e 2015, assim como o Guia para Modelagem de Programas de Educação Financeira e Previdenciária da ABRAPP. Talvez eu ainda faça uma pesquisa ou uma investigação mais profunda para entender os fatos específicos em 2012.

Por enquanto, os resultados dos anos de 2015 e 2016 mostram como a presença dos temas longevidade e Reforma Previdenciária na mídia e na sociedade impactaram positivamente para a divulgação da Educação Previdenciária

O conjunto desses números também mostra que, em oito anos, muito trabalho foi realizado! Saímos da total aridez. Criamos soluções presenciais, a distância, analógicas e digitais. Mas ainda temos muito a fazer, afinal o Brasil é reconhecidamente um país sem hábito de poupança, especialmente a de longo prazo. E essa, sem dúvida, é nossa janela de oportunidade em 2017 e além.   

A Educação Previdenciária é um conjunto de atitudes sustentáveis, com o objetivo de criar sustentabilidade para o futuro, especialmente diante de cenários com alto risco político e muita instabilidade econômica. Mudar comportamento não é fácil! De lagarta a borboleta há um processo com muitas etapas. Então, para encerrar este post, transcrevo um trecho de outro livro: História do Futuro - o horizonte do Brasil no século XXI, de Mírian Leitão:
"A importância da educação vai além da economia,
da política, da competição entre os povos; transborda qualquer visão utilitarista. [...] Seu valor transcende os limites da percepção setorial e material. A educação liberta. Só uma pessoa educada pode escolher voar em todas as dimensões que sua mente desejar, pode realizar todo o potencial que traz ao nascer, pode ser o que quiser ser. É a base na qual cada pessoa constrói o edifício de sua vida. Sem a educação não há futuro para as pessoas, não haverá futuro para o Brasil".
[p. 156]

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