Ontem, por acaso, estava vendo a economista Mônica De Bolle no Roda Viva na TV Cultura. Era uma reapresentação e, entre muitas análises conjunturais e estruturais sobre o Brasil, ela falava de seu livro Como matar a borboleta azul - uma crônica da era Dilma.
O título do livro, os dados e evidências que ela apresentou e uma pergunta de um dos entrevistadores [quanto tempo demora para recuperar o desmonte da economia brasileira? e a resposta: em média uma década] me inspiraram a fazer uma pesquisa bastante simples.
Para quem me conhece, sabe que tenho um divisor de águas em minha carreira: um texto que fiz em 2009: Efeito Borboleta - uma reflexão sobre Educação Previdenciária. Tratava do potencial do impacto da legislação para o crescimento da Educação Previdenciária no Brasil.
E aí surgiu a pergunta: como comprovar com evidências essa predição? Pensei então em um método bem simples: pesquisar no Google. Claro que essa pesquisa é bastante rudimentar e só tem o objetivo de provocar uma reflexão para este post. Parti do verbete Educação Previdenciária, fui acrescentando o ano e consegui construir a tabela a seguir:
Confesso que gostaria que a ideia desse monitoramento tivesse me ocorrido antes. Por enquanto, não consigo explicar o salto nos números em 2012. Afinal, os estímulos para a ampliação da Educação Previdenciária - como a liberação da impressão do Relatório Anual de Informações pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar e o Selo de ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) são posteriores: 2014 e 2015, assim como o Guia para Modelagem de Programas de Educação Financeira e Previdenciária da ABRAPP. Talvez eu ainda faça uma pesquisa ou uma investigação mais profunda para entender os fatos específicos em 2012.
Por enquanto, os resultados dos anos de 2015 e 2016 mostram como a presença dos temas longevidade e Reforma Previdenciária na mídia e na sociedade impactaram positivamente para a divulgação da Educação Previdenciária.
O conjunto desses números também mostra que, em oito anos, muito trabalho foi realizado! Saímos da total aridez. Criamos soluções presenciais, a distância, analógicas e digitais. Mas ainda temos muito a fazer, afinal o Brasil é reconhecidamente um país sem hábito de poupança, especialmente a de longo prazo. E essa, sem dúvida, é nossa janela de oportunidade em 2017 e além.
A Educação Previdenciária é um conjunto de atitudes sustentáveis, com o objetivo de criar sustentabilidade para o futuro, especialmente diante de cenários com alto risco político e muita instabilidade econômica. Mudar comportamento não é fácil! De lagarta a borboleta há um processo com muitas etapas. Então, para encerrar este post, transcrevo um trecho de outro livro: História do Futuro - o horizonte do Brasil no século XXI, de Mírian Leitão:
"A importância da educação vai além da economia, da política, da competição entre os povos; transborda qualquer visão utilitarista. [...] Seu valor transcende os limites da percepção setorial e material. A educação liberta. Só uma pessoa educada pode escolher voar em todas as dimensões que sua mente desejar, pode realizar todo o potencial que traz ao nascer, pode ser o que quiser ser. É a base na qual cada pessoa constrói o edifício de sua vida. Sem a educação não há futuro para as pessoas, não haverá futuro para o Brasil". [p. 156]
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