Deixar de lado a teoria e partir para a prática da construção do mundo em modo Beta parece ser ordem especialmente no campo da Comunicação. Para que haja inovação é preciso considerar uma margem para erros. A gente vê esse tipo de generalização em palestras, livros, artigos, TED, entrevistas e tudo mais que, assim como os mistérios, está por aí. Eu mesma já publiquei algumas dessas generalizações aqui no Conversação.
A única ressalva que eu faço é que alguns erros são caros demais e 2016 deu exemplos bastante complexos sobre delinquência, inconsequência, incoerência e inconsistência que estão nos bastidores de decisões de profissionais e empresas renomadas em Comunicação, Pesquisa e Marketing.
2016 registrou o controverso lançamento fracassado do crowdfunding Bel Pesce & Cia.
2016 testemunhou a desastre do Catraca Livre na divulgação da tragédia do Chapecoense, mesmo com um jornalista veterano capitaneando o trabalho em rede social.
2016 surpreendeu com a imprecisão das pesquisas de opinião especialmente nas eleições presidenciais dos Estados Unidos mas, principalmente, no plebiscito de acordo de paz da Colômbia com as Farcs.
Tenho pensado que as teorias mais clássicas da Comunicação exigem planejamento, estratégia, coerência e ética. Algumas pedem até mesmo testes e amostras antecipadas que funcionam quase que como protótipos para dar garantia mínima de êxito. Não garantem resultados imediatos em escala. Cada resultado precisa ser construído com muito cuidado para evitar ruídos e distorções na informação. Há que se monitorar resultados permanentemente em busca de referências para novas intervenções.
Nem sempre tudo isso é conhecido e observado. Afinal, o futuro não se faz olhando pelo retrovisor e o que é história, não é mesmo? Só que não! História e teoria dão base para o repertório mínimo que fundamenta o ponto de partida para as novas práticas, os novos mapas mentais que a construção do futuro exige. A margem de erro não pode estar no alicerce, mas talvez na cor da casa.
Então, para os planejamentos de Comunicação em 2017 fica a dica: considere o moderno com moderação! Na dúvida, recorra aos mestres do passado! Revisite aquela teoria que o professor insistia que constasse do quadro de referências do seu trabalho de conclusão de curso. Se ainda ficar alguma dúvida, pergunte a algum colega de profissão que você confie.
Vamos avançar para o futuro combinando consciência, ética e responsabilidade técnica. Sem pagar mico, vamos consolidar grandes resultados em 2017.
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