quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER!


Será que a Reforma da Previdência sai ainda em 2017? Esta semana, a TV Cultura apresentou uma edição temática do programa Roda Viva. Só feras debatendo essa questão da Reforma da Previdência, com dados estatísticos, cálculos orçamentários, projeções tributárias tudo muito atualizado. 
Se, até há dois anos, o tema não era notícia, agora é! Se, até há dois anos, o vocabulário era um obstáculo ao significado, isso não acontece mais. Os fatos estão aí. Só não enxerga quem não quer. Só polemiza quem quer. Há outras forma de fazer a Reforma? Isso é outra questão! Há poucas semanas, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, foi sabatinado sobre vários temas econômicos pela bancada do Roda Viva. A Reforma da Previdência foi só um dos assuntos. Muito didaticamente, ele explicou que o nome "reforma" dá a ideia equivocada de formato definitivo quanto, de verdade, trata-se de um processo dinâmico; não termina porque a demografia, a economia, a sociedade, a política são orgânicas. (clique aqui para ver mais).

A demografia é transgressiva

Nesta semana, Fábio Giambiagi - uma das maiores autoridades sobre Previdência no mundo e no Brasil -  explicou que a reforma está em debate há 20 anos. Enquanto isso, o cenário está mudando, alheio aos interesses em jogo. Enquanto falamos muito, falamos muito, falamos muuuuito deixamos o bonde passar. O bônus demográfico já acabou. A longevidade está instalada, sem a estrutura que poderia ter sido objeto de política públicas. E agora não dá mais para fugir. Se fugir, o cenário apocalíptico do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, da Venezuela, da Grécia será generalizado. A demografia ignora leis e a longevidade é democrática. Atinge a todos!



Outra questão debatida, que me parece bastante pertinente é a velha história de que não há cultura previdenciária no Brasil. Quem explica a impopularidade do tema é outra autoridade: Paulo Tafner. Ele explica que em nenhum país do mundo, os cidadãos saem felizes às ruas, motivados por ajustes e reformas previdenciárias. No Brasil, a questão é um pouco mais crítica, em razão da experiência cruel com pagamentos de impostos sem retorno.
A economista Zeina Latif destacou o trabalho da imprensa, empenhada em incluir a pauta por diferentes abordagens. Concordo! Naquela mesma noite, no Jornal Nacional, o relatório analítico do Banco Mundial com as recomendações - inclusive sobre os salários dos servidores públicos - era divulgado pelo Jornal Nacional. (clique aqui)
Sei que a amostragem é cientificamente irrelevante, mas estou escrevendo um post de um blogue. Então, aqui, significa! E, como trabalho com Comunicação especializada em Previdência Complementar desde 1991, acho que essa experiência acumulada também significa!
Para encerrar, o âncora do Roda Viva, Augusto Nunes, fala sobre pesquisas que mostram que a sociedade já entendeu a necessidade da Reforma. Quem está causando, então, é certamente quem está com o futuro garantido.

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