Então, a campanha da Globo sobre os cem milhões de telespectadores começou a me sensibilizar. Primeiro, porque assisto parte da programação - os jornais, novela, às vezes as minisséries. Então eu me identifiquei. Depois, porque os filmes da campanha são lindos e o jingle é chicletinho. Então fica lá, ecoando na cachola, mesmo que eu não queira. É claro que só esses elementos aumentaram ainda mais o meu incômodo com os números. Já viu, né? São vários filmes, com a mesma pegada, mas a expressão é regionalizada.
Acho que, todas essas peças da campanha dos 100 milhões fizeram a minha angústia com Comunicação - suas decisões, escolhas, processos e resultados - explodir e me lembrar de mais um número. 53 anos. Esse número a campanha dos cem milhões não mostra.
Desde 1965, ano em que eu nasci, a TV Globo está no ar. A marca é mais antiga ainda. Começou com a gráfica, os jornais, a rádio. Só depois vieram os canais de tv, a presença digital - portais, apps, redes sociais. Multicanais, plataformas de comunicação, pesquisa, produção intensa de conteúdo, busca permanente pelo tom uníssono desses cem milhões. É a tal da Comunicação 360° em escala titânica. Clique aqui para saber mais sobre esses números, estrutura e alcance da Globo. Mas nem dá para imaginar tudo o que foi investido para construir esse patrimônio institucional, simbólico, cultural. Quanto trabalho, quanta energia! "Uns dizem gostar da gente, uns dizem que não".
Tente outra vez... e sempre!
Para quem é empreendedor ou profissional liberal - como eu e mais a torcida de vários times de futebol - a coisa é um pouco diferente. O Jornal de Negócios do SEBRAE, na edição de fevereiro, divulgou uma pesquisa sobre as decisões de Comunicação das pequenas e médias empresas no Brasil.
Os resultados da pesquisa SEBRAE mostram que o principal canal de divulgação é o boca a boca: 31% utilizam. Só 14,4% têm site. Mas 21% usam redes sociais.
Entendo que produzir e manter esses canais de divulgação exige recursos financeiros e, principalmente, humanos. Eu mesma nem sempre consigo acompanhar tudo o que eu gostaria ou produzir tudo o que eu preciso.
Ainda que Comunicação não seja a principal decisão de gestores e empreendedores, ela precisa ser entendida como instrumento estratégico para potencializar e alavancar resultados. A Comunicação pode ser uma escolha muitas vezes baseadas em evidências e fatos, às vezes baseadas em números, expectativa de alcance e resultados. Seja lá qual for a razão, a Comunicação, para mim, é uma vivência, uma angústia, uma felicidade, uma realização, sempre impulsionada pela paixão e pela " estranha mania de ter fé na vida".
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