terça-feira, 15 de maio de 2018

EU APOIO!

A Semana Nacional de Educação Financeira começou ontem em todo o Brasil. Há dez anos, em 2008, quando as primeiras legislações surgiram para instituir este trabalho, encontrou incontáveis incrédulos e alguns entusiastas. Durante esses dez anos muita coisa mudou! 

Ainda há incrédulos, ainda há endividados no país, é verdade. Mas os entusiastas e suas ações estão se multiplicando e transformando os fatos. Hoje a Educação Financeira é pauta recorrente nas mídias. Surgiram os influencers - na TV, nas redes sociais, nas palestras presenciais. Os professores estão usando os conceitos em sala de aula. O evento de lançamento da Semana Nacional de Educação Financeira, em Brasília, teve cobertura e transmissão pelo Youtube. Tem muita informação, inclusive os números de acompanhamento e indicadores de crescimento dos resultados (clique aqui).



Transformar a cultura e criar a cidadania financeira

Os líderes do processo de promoção da Educação Financeira - reunidos pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF) - estão obstinados na expansão da inclusão e proteção financeira. Mas esse trabalho precisa ser responsável, principalmente junto a grupos vulneráveis - como os idosos - para que a utilização dos serviços financeiros - poupança, crédito, investimento - seja consciente. Uma das ações para que essa promoção seja alcançada é o site Cidadania Financeira, do Banco Central. Também haverá um curso e game difundido pela TV Escola - voltado para professores e jovens.
Entre as boas notícias está o aumento do número de ações em escolas públicas. Em 2013, as iniciativas ultrapassavam pouco mais de 30%. Em 2018, elas saltaram para 50%. Metade das iniciativas mapeadas são da área de educação formal. fonte: ENEF
Os representantes do CONEF também estão empenhados em mostrar que a Educação Financeira é um conceito transversal, comprometido com a mudança do comportamento. Envolve cálculos, leitura (boletos, regulamentos, contratos), interpretação de texto (especialmente os apelos publicitários), recursos tecnológicos (caixa eletrônico, aplicativos) entre outros instrumentos. 

Por identificar, reconhecer e identificar toda essa complexidade e abrangência, a Educação Financeira é também entendida pelos países signatários da OCDE e promotores da Educação Financeira como política de Estado que, em escala, é um dos pilares do desenvolvimento econômico, social e da sustentabilidade nacionais.

Simplificação da linguagem ainda é desafio

A Educação e a Comunicação são um investimento de longo prazo! Dez anos de trabalho permanente e crescente nos trouxeram até aqui na Educação Financeira. O longo prazo é um aprendizado e uma disciplina muito estratégica que cada vez mais tem que ser restaurada, compreendida e internalizada pelo indivíduo, pelas empresas e pela sociedade aqui, agora e para sempre. 

A simplificação da linguagem também é um desafio permanente para quem faz Educação Financeira e Previdenciária. O viés do entretenimento é um recurso que os influenciadores - com mais liberdade de expressão - estão utilizando para chegar e interagir mais facilmente à sociedade. No segmento institucional, a linguagem vai pelo viés formal. O que eu penso é que esses formatos, essas linguagens são diferentes e complementares. Mas todos os atores têm um papel importante nesse esforço de criação e difusão das mensagens. 

O mais importante é persistir! Em busca da abundância, do ciclo de transformação positiva que os influenciadores estão preconizando e que é uma busca compartilhada por todos que trabalham com Educação e Comunicação Financeira e Previdenciária.

Poder do compartilhamento

Tão importante quanto o longo prazo e a simplificação da linguagem é o poder do compartilhamento. Tudo exige trabalho, persistência e transformação do mapa mental de quem decide, produz e consome o conteúdo e as mensagens de Educação Financeira e Previdenciária.  

Ainda que o processo de produção necessariamente seja de poucos (os pontas de lança) para muitos, o que garante a escala para essa interação é a ação de muitos para muitos (vetores da viralização) - o compartilhamento da mensagem, que também é um desafio. É responsabilidade de TODOS

Para mim, que estou neste movimento da Comunicação e Educação Previdenciária desde 1991, esses três aprendizados que os dez anos de Educação Financeira me deram são âncoras do meu posicionamento nos momentos críticos e asas, quando o vento sopra a favor e me permite voar.

sábado, 5 de maio de 2018

O SOL É PARA TODOS, THAT'S GOOD!

DEVO, banda norteamericana formada em 1974, formada por estudantes da Kent State University.
Comunicação é uma experiência - no mínimo - curiosa! Costumo registrar aqui no Conversação parte do que geralmente me encanta, me fascina neste trabalho, nesta construção. Todos sabemos que uma mensagem é um trabalho colaborativo, especialmente as mais complexas.

O Itaú faz campanhas esplêndidas e eu já comentei várias delas aqui. Entretanto, a que está no ar agora, Itaú Apple Play, me incomodou desde sempre. Não sou cliente do banco, não tenho IPhone. A mensagem deveria ser indiferente para mim. Só que não! A começar porque a campanha é divulgada à exaustão sobretudo nos canais de TV aberta e fechada.

Do incômodo inicial, passei a formular algumas dúvidas. Há inúmeros estudos que afirmam categoricamente que os canais de TV perderam os jovens para a internet e as redes sociais. Então por que estava na TV? Existe uma hipótese plausível de resposta. Apesar de cara, a TV ainda é a vitrine que mais vende. Daí a escolha do canal. 

Outra questão: o público-alvo que o Itaú nitidamente quer para esse produto/serviço é formado exclusivamente por jovens! Então, porque é que a mensagem estava fazendo tanto efeito em mim, 50+?



Essa perturbação me fez perceber que a mensagem me excluía - tecnológica e etariamente. De fato, não se trata de uma mensagem intergeracional, que me inspira e quase sempre me coloca na zona de conforto que eu gosto. Então, eu deveria ignorar completamente a campanha. Na minha terra, amor com amor se paga, desprezo com desprezo mais ainda. Então, faltava ainda um elemento para eu entender o processo por inteiro. A trilha sonora!

Ah! Demorei chegar à segunda resposta, mas peguei! A banda DEVO é da década de 1970. Era um ícone do movimento New Wave, que eu vi passar por mim, mas não me afetou, por vários motivos. Naquela época, por exemplo, eu era riponga, pseudointelectual, mochileira, gostava de MPB e rock com pegada progressiva. Eu era excêntrica e achava o DEVO excêntrico demais para mim.
DEVO, em 1977

That's good, a trilha da campanha Itaú, foi gravada em 1982 e se transformou em quase um hino que embalava geração fluorescente, com glitter no cabelo, New Wave. A referência é da minha juventude, só que no século passado! Por isso, a mensagem - mesmo sem querer - me tocou.


COMUNICAÇÃO INCLUI

A mensagem do Itaú, para mim, continua sendo muito segmentada - jovens com IPhone - apesar de ostentar uma fachada de diversidade. Entretanto, a Comunicação e a Música - como fenômenos - são muito mais amplas, muito mais includentes, muito mais generosas. A Tecnologia, em essência, também! 

O recorte do Itaú é bem acabado, bonito, tem um pé no século 21, mas deixou o outro láááá no século 20. Não me parece intencional! Eles recortaram do passado uma mensagem para mudar o comportamento do presente de um recorte determinado da sociedade. É Comunicação Dirigida na prática. Se eu fosse mais radical, poderia reivindicar apropriação cultural. Mas o DEVO, mensageiros ocasionais dessa mensagem institucional, terminam dando um recado universal: o sol é para todos, that's good!

sexta-feira, 27 de abril de 2018

CEM MILHÕES CELEBRADOS POR UMA MARCA NACIONAL

Sou apenas uma nestes cem milhões da Globo! Mas a campanha de celebração dessa conquista da marca falou comigo. Ando meio incomodada com os números, ultimamente. Porque produzo conteúdo, mas os números nem sempre são tão empolgantes. Muitas decisões são baseadas nesses tais números - alcances, relação de investimento e retorno, frequência e periodicidade das mensagens. Mas o empenho para produzir conteúdo precisa ser permanentemente redobrado, isso eu não tenho dúvida!


Então, a campanha da Globo sobre os cem milhões de telespectadores começou a me sensibilizar. Primeiro, porque assisto parte da programação - os jornais, novela, às vezes as minisséries. Então eu me identifiquei. Depois, porque os filmes da campanha são lindos e o jingle é chicletinho. Então fica lá, ecoando na cachola, mesmo que eu não queira. É claro que só esses elementos aumentaram ainda mais o meu incômodo com os números. Já viu, né? São vários filmes, com a mesma pegada, mas a expressão é regionalizada.



Acho que, todas essas peças da campanha dos 100 milhões fizeram a minha angústia com Comunicação - suas decisões, escolhas, processos e resultados - explodir e me lembrar de mais um número. 53 anos. Esse número a campanha dos cem milhões não mostra. 

Desde 1965, ano em que eu nasci, a TV Globo está no ar.  A marca é mais antiga ainda.  Começou com a gráfica, os jornais, a rádio. Só depois vieram os canais de tv, a presença digital - portais, apps, redes sociais. Multicanais, plataformas de comunicação, pesquisa, produção intensa de conteúdo, busca permanente pelo tom uníssono desses cem milhões. É a tal da Comunicação 360° em escala titânicaClique aqui para saber mais sobre esses números, estrutura e alcance da Globo. Mas nem dá para imaginar tudo o que foi investido para construir esse patrimônio institucional, simbólico, cultural. Quanto trabalho, quanta energia! "Uns dizem gostar da gente, uns dizem que não".

Tente outra vez... e sempre!

Para quem é empreendedor ou profissional liberal - como eu e mais a torcida de vários times de futebol - a coisa é um pouco diferente. O Jornal de Negócios do SEBRAE, na edição de fevereiro, divulgou uma pesquisa sobre as decisões de Comunicação das pequenas e médias empresas no Brasil.

Os resultados da pesquisa SEBRAE mostram que o principal canal de divulgação é o boca a boca: 31% utilizam. Só 14,4% têm site. Mas 21% usam redes sociais.


Entendo que produzir e manter esses canais de divulgação exige recursos financeiros e, principalmente, humanos. Eu mesma nem sempre consigo acompanhar tudo o que eu gostaria ou produzir tudo o que eu preciso.

Ainda que Comunicação não seja a principal decisão de gestores e empreendedores, ela precisa ser entendida como instrumento estratégico para potencializar e alavancar resultados. A Comunicação pode ser uma escolha muitas vezes baseadas em evidências e fatos, às vezes baseadas em números, expectativa de alcance e resultados. Seja lá qual for a razão, a Comunicação, para mim, é uma vivência, uma angústia, uma felicidade, uma realização, sempre impulsionada pela paixão e pela " estranha mania de ter fé na vida".

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO POTENCIALIZA ESCOLHAS E RESULTADOS



O programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, no dia 18 de fevereiro, divulgou uma matéria sobre a importância do Planejamento Estratégico para negócios de qualquer tamanho (clique aqui). 

Em 2017, tive a oportunidade de ministrar dois treinamentos in company pela SUPORTE Consultoria sobre os temas Comunicação e Educação Previdenciária e resolvi iniciar a exposição falando do Planejamento Estratégico, exibi alguns exemplos dos documentos que eu mais admiro, falei do alinhamento das ações de Comunicação, dos resultados, dos indicadores para acompanhamento do desempenho no longo prazo. As etapas podem parecer lógicas e óbvias, mas nem todo mundo está acostumado a trabalhar com essas diretrizes. 

Alguns empreendedores influenciadores na área de inovação, inclusive, afirmam dispensar o processo de elaboração do Planejamento Estratégico, por considerarem conceitual demais, desperdício de tempo que pode ser direcionado para ações práticas ou por atribuírem uma perda de flexibilidade diante de oportunidades da gestão. 

Eu discordo. Penso que o Planejamento traça metas, objetivos, gols. Ajuda a alinhar times. É um briefing  prévio e geral do que é imprescindível conquistar. Além de atividades pautadas pelo Planejamento Estratégico em eventos, ações de apoio à gestão, treinamentos, também observo como outros profissionais comprometidos com resultados se valem desse instrumento.

Medalha, superação de recordes, estado da arte

Tenho acompanhado algumas matérias sobre Olimpíadas de Inverno. Sem dúvida, existe um grande planejamento para o qual converge cada resultado de cada atleta. Técnica, alimentação, condicionamento físico, estado psicológico - para cada um desses fatores é traçado um plano personalizado, com o objetivo primeiro de conquistar medalha. Há quem supere os resultados históricos e conquista novos recordes. E há quem ainda - por toda a excelência na performance - atinja o estado da arte e conquiste o público.

O Planejamento Estratégico está em uma rota que você traça para se movimentar com mais eficiência, por exemplo, na cidade de São Paulo - desviando de congestionamentos, selecionando o trajeto mais curto ou o mais bem pavimentado, com mais opções de transporte público. Enfim, as escolhas dependem do objetivo.

Nestes últimos dias, estive envolvida com algumas pequisas e vi que a PREVIC passou a dedicar uma área do site para divulgar seu Planejamento Estratégico (clique aqui). Acho que, no mínimo, pode inspirar as Entidades Fechadas de Previdência Complementar a reverem suas crenças sobre o documento.

Funcional

Para mim, a característica mais importante de um Planejamento Estratégico é a objetividade.

Se para a gestão de uma EFPC em 2018 a principal meta é a conquista de um superávit histórico, então as ações de todas as áreas precisam convergir para cumprir com a meta, captando novas patrocinadoras, adesões ao plano, aprovando uma política de investimentos mais arrojada, fazendo campanhas para estimular aumento de percentual de contribuição, contribuição voluntária e portabilidade, desestimulando resgates. 
É preciso mapear tudo o que estratégica e taticamente faça chegar à meta, à superação histórica de resultados e à conquista de corações e mentes do público de interesse institucional. 
Ah! E o primeiro movimento é apresentar e validar o Planejamento Estratégico para a equipe interna, porque dela depende toda a operacionalização do trabalho. Portanto, capriche para inspirar a todos!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

OS GIGANTES QUE JÁ FORAM TAMPINHAS


Na virada de 2017 para 2018, no mundo da Comunicação, duas notícias me chamaram à atenção: a compra da Fox pela Disney - negócio de US$ 52 bilhões (clique aqui) e os rumores de que a Apple pode comprar a Netflix (clique aqui). O movimento desses gigantes significa? Significa!



Entre Fox e Disney, por se tratarem de empresas de mesma natureza, penso haverá a tradicional otimização de recursos e, claro, uma remodelagem na produção de conteúdo, com influências mútuas de culturas institucionais.

Já entre Apple e Netflix - empresas de naturezas diferentes - penso que a história seja mais complexa. A cultura de tecnologia, inovação, design que vimos se expressar por meio da Pixxar e a cultura de escala, baixo custo, séries da Netflix devem se combinar em algo potencialmente novo. Sei que estou especulando, mas é impossível não imaginar as mutações desses casamentos, especialmente em ambiente de rede. 

Ah, o tão planejado domínio do mundo de Pink e Cérebro! É mais do que uma metáfora. Trata-se de market share, mind share, heart share e, claro, pocket share!

Conteúdo em vídeo

Cada vez que escrevo isso, minha consciência me aponta a incoerência: deixe a escrita! Faça vídeo! Como uma criatura do século 20, eu me dou essa permissão. Mas sei que ela expirou faz tempo! Ao invés de blogue eu deveria ter um canal no YouTube. Sei. Não fiz ainda. Mas, me assusto quando encontro editais de serviços especializados de Comunicação que ainda pedem produção de cartilhas, manuais, regulamentos impressos.


Agora, tudo é vídeo e app! Por favor, peçam roteiros para tutoriais, storytelling, novas expressões. Estimulem seus públicos com novas linguagens. Porque, em casa, não importa a faixa etária, seus públicos terão contato com o conteúdo que está nas redes sociais. Aqui no Brasil, a Vivo lançou com uma campanha linda, que registra muito bem esse movimento.


Para encerrar este post, uma dica: a Netflix tem um título - Walt antes do Mickey - que mostra os tempos de "tampinha" do camponês Walt, antes de se transformar no gigante Disney. Ele precedeu as garagens no Vale do Silício, habitadas por Steve Jobs & Cia. É, não é fácil para ninguém. Mas uma coisa é certa! É preciso ter coragem de gigante para mudar hábitos e fazer novas realidades.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

BALANÇO 2017 E PROJETOS PARA 2018

Quando a gente entende o conceito do longo prazo, fazer o balanço do ano é um exercício interessante, quando cada ação pode ser vista em detalhes, com close. Pela perspectiva profissional, 2017 me proporcionou muita coisa legal:
  • Conteúdo para calendário institucional
  • Revisão de conteúdo para site de Educação Previdenciária
  • Produção de conteúdo para Relatório Anual de Informações
  • Dois cursos sobre Comunicação e Educação Previdenciária - Piracicaba e Rio de Janeiro
  • Mais um ano de clipping, produção e gestão de conteúdo institucional para rede social
  • Captação e edição final de conteúdo em vídeo para a TV ABRAPP em eventos institucionais 
  • Planejamento e coordenação da produção de conteúdo da TV ABRAPP no Congresso (estúdio e estação)
  • Produção de conteúdo como colaboradora para revista Carta do Líbano
  • Produção de resumos de novela como colaboradora para a Folha de S. Paulo
No meio de tudo isso, uma visita técnica à Fibra, para aprender um pouco sobre gestão de informação, o acompanhamento de um curso sobre gestão baseada em indicadores e um TED x USP sobre interações, para encerrar o ano. Pode parecer mais do mesmo, só que não!

O conjunto da obra - 34 anos de carreira - revela que todo esse movimento tem muito de novidade. Um só detalhe já explica parte da história. Em 2002, quando defendi a interpretação dos indicadores em banca de mestrado, o tema foi tomado quase que como uma excentricidade pelos colegas de Comunicação. Mas foi esse tema que me levou a apresentar a abordagem também em São Carlos e na ESALQ.

Ouvir muitos especialistas durante tanto tempo, também me ensinou a encarar as crises como ciclo. E a tomar medidas para lidar com o desespero, enquanto o movimento da roda deixa de ser a meu favor.

A novidade foi que 2017 também me deu a oportunidade de voltar a escrever perfis. Adoro fazer isso! Para mim, perfil é um drops de uma biografia. Pela amostra dá para conhecer o sabor da história inteira. E ficar querendo mais, quando o texto acaba. Fiz várias! De pessoas que eu, a distância, conhecia ou passei a conhecer. Vidas e cultura novas pela experiência da palavra. 

O ano me deu ainda a chance de reorganizar um conhecimento de sete anos de produção de TV ABRAPP em estúdio no Congresso, para atuar simultaneamente com uma estação de captação de entrevistas. O trabalho dobrou. Mas o resultado foi empolgante.

Com algum distanciamento, vejo 2017 e agradeço pela prática da diversidade. Eu trabalhei em situações novas. Revival da técnica, mas com temas e formatos novos.
👍👍👍👍👍Eu adorei! 💕💕💕💕💕

Qual a expectativa para o próximo ano? Por enquanto, só tenho uma intuição. A Comunicação precisará ser praticada com muito mais predisposição para aceitar o novo, o simples, o objetivo, o diferente, a rede. Por mais que muito tenha sido feito, há ainda muito por fazer, porque a Comunicação é a vida, a mudança, o movimento, o inesperado. O tempo passa pela mensagem e exige que ela se renove, se transforme e  expresse de acordo com ele. Mensagens de quaisquer naturezas. Por isso, há muito mais a fazer, sempre. Venha 2018. Feliz 2018!






quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O PLANO É CRIAR CAMINHOS


Tenho visto alguns gurus da inovação dispensarem o planejamento estratégico. As críticas são várias: consome tempo que você poderia empenhar na execução; é complexo; pode engessar o projeto... e por aí vai! 

Nada contra os caras, mas eu não consigo deixar de pensar no papo da Alice e  com o Ches quando vejo isso. Claro! Eu não sou nenhuma Einstein. Daí que as inovações no meu trabalho, em geral, são incrementais para que os resultados tenham alguma previsibilidade, margem de segurança e os desvios possam ser resolvidos antes que provoquem qualquer tipo de caos ou catástrofe.

Então, eu defendo a utilização do planejamento estratégico! E quanto mais tempo eu tenho, mais complexo ele fica. Só que os resultados são maiores. Entre 2011 e 2016, eu produzi TV ABRAPP para o Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada. Sempre com entrevistas gravadas em estúdio. Esse tempo foi essencial para que toda a equipe pudesse criar e desenhar processos, experimentar linguagem, calcular o melhor tempo para cada mensagem, afinal os temas não são nada triviais, a articulação de ideias é complexa, a expressão usa um vocabulário específico. O conteúdo captado nem sempre permite edição. 

Entendemos todos esses processos. Por isso, em 2017 quando, além do estúdio, surgiu a oportunidade de trabalhar com mais um ponto de captação de entrevistas, topamos e implementamos. Tinha risco? Claro! Deu certo? Deu! Porque - com planejamos uma espécie de colchão operacional de proteção. Previmos muitas situações e criamos soluções para cada uma delas. Além disso, quem era novo na equipe tinha orientação sobre o ponto de partida, como tinha que ser a performance, as expectativas de resultados que, graças a todo esse cuidado, foram superadas. Para a edição 2018 do evento, já começamos a trabalhar. 

Metas realistas e predictibilidade

Planejamento, curiosamente, é uma ferramenta estática para alavancar movimento. Ninguém planeja só ficar como está. A gente planeja é para evoluir. É por isso que quem planeja analisa ambiente, tendências, comportamentos - da mesma forma que um piloto tem um plano de voo, um professor tem um plano de aula, um arquiteto tem um planta.

Em Previdência Complementar, as metas para 2018 podem incluir migração de modelo de plano - em geral, de BD para CD; criação de perfis de investimento - especialmente diante da queda da taxa de juros e estabilização da economia; criação de um programa de Educação Previdenciária; construção e lançamento de um app; aumento do percentual de adesão; aumento do percentual de contribuição; aumento das portabilidades de entrada; redução dos resgates; lançamento de um plano para familiares. Enfim, tem muita meta que pode ser estabelecida a favor da sustentabilidade institucional, da sustentabilidade financeira do participante e do padrão de qualidade da política de Gestão de Pessoas da Patrocinadora.
Para desenhar o plano de ação em Comunicação é preciso conhecer previamente quais são as metas institucionais e os recursos disponíveis (humanos, tecnológicos, financeiros). Com essas informações em mãos, é possível estabelecer cronogramas, desenhar as expectativas de resultados, projetar os indicadores de monitoramento e controle.

Resumo da ópera, Cara Pálida! A gente chega ao futuro por vários caminhos. A evolução pode ser por inovações revolucionárias mas, em Previdência, a evolução é incremental, porque a aventura não é correr uma prova de 100 metros, mas os 42 quilômetros de uma maratona completa. Nosso compromisso é, durante todo o percurso, evitar riscos, amadorismos, perdas e garantir resultados constantes sempre. Afinal, nosso objetivo é o melhor futuro!

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

PLANEJAMENTO 2018 EXIGE REDES SOCIAIS!


O que você está fazendo neste momento? Contabilizando os resultados de 2017? Plano de ações 2018? Seja lá o que for, mantenha em mente: priorize as redes sociais em seus projetos. Se não der para priorizar, ao menos inclua! Depois, faça acontecer. Produza e compartilhe muito conteúdo de qualidade. Construa novos apelos. Monitore os indicadores. Acredite. Invista. 

Comunicação é uma relação de longo prazo, que se estabelece com a razão, o coração, a memória, o imaginário do interlocutor. Comunicação estabelece novas sintaxes e ressignifica a semântica. Parece simples, só que não!


Se você acha que estou de muito blá-blá-blá, então ligue a televisão, acesse o Youtube e investigue por você mesmo, Cara Pálida. Aqui eu vou te dar só um drops. O mercado está disputando a tapa o coração, a mente, o bolso do seu participante/assistido/cliente. E presta atenção na linguagem. Metáfora com receita de bolo de dinheiro? É! Os caras da Órama mandaram muito bem! E fazem tudo para interagir com o participante/assistido/cliente.


Previdência: um papo mais popular

A visibilidade que a Reforma da Previdência deu ao tema também mobilizou o mercado para criar apelos de oportunidade. Já mostrei aqui no Conversação a campanha do Bradesco para os "previstos". Por isso, agora, acho que vale mostrar então a campanha  "língua do P", da Caixa Econômica.



Prestou atenção? Não há obstáculos (rendimento insuficiente, previdência é desconto, previdência é incompreensível) para o "call to action". Há foco no que precisa ser feito. No resultado que precisa ser conquistado.

Ó os aplicativos aí, gente!

E não são apenas os tubarões que estão aí, seduzindo o seu participante/assistido/cliente. Já experimentou buscar no Youtube "aplicativo para poupar dinheiro"? A rede social devolve para você mais de 11 mil respostas em vídeo. Tem tutorial, orientação, comparativo de tudo. Se der moleza, já sabe! Aquela contribuição extraordinária que poderia somar para o patrimônio previdenciário pode ter outro destino.

Como é que se compete, como é que se nada nesse rio? Com coragem e um planejamento estratégico que associe metas a ações integradas de Comunicação em todas as modalidades, 360º! Então, para encerrar o post e não o papo, que tal a campanha do app da Next? Por enquanto, só foi veiculada em redes sociais. Mas é de lascar!


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER!


Será que a Reforma da Previdência sai ainda em 2017? Esta semana, a TV Cultura apresentou uma edição temática do programa Roda Viva. Só feras debatendo essa questão da Reforma da Previdência, com dados estatísticos, cálculos orçamentários, projeções tributárias tudo muito atualizado. 
Se, até há dois anos, o tema não era notícia, agora é! Se, até há dois anos, o vocabulário era um obstáculo ao significado, isso não acontece mais. Os fatos estão aí. Só não enxerga quem não quer. Só polemiza quem quer. Há outras forma de fazer a Reforma? Isso é outra questão! Há poucas semanas, o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, foi sabatinado sobre vários temas econômicos pela bancada do Roda Viva. A Reforma da Previdência foi só um dos assuntos. Muito didaticamente, ele explicou que o nome "reforma" dá a ideia equivocada de formato definitivo quanto, de verdade, trata-se de um processo dinâmico; não termina porque a demografia, a economia, a sociedade, a política são orgânicas. (clique aqui para ver mais).

A demografia é transgressiva

Nesta semana, Fábio Giambiagi - uma das maiores autoridades sobre Previdência no mundo e no Brasil -  explicou que a reforma está em debate há 20 anos. Enquanto isso, o cenário está mudando, alheio aos interesses em jogo. Enquanto falamos muito, falamos muito, falamos muuuuito deixamos o bonde passar. O bônus demográfico já acabou. A longevidade está instalada, sem a estrutura que poderia ter sido objeto de política públicas. E agora não dá mais para fugir. Se fugir, o cenário apocalíptico do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, da Venezuela, da Grécia será generalizado. A demografia ignora leis e a longevidade é democrática. Atinge a todos!



Outra questão debatida, que me parece bastante pertinente é a velha história de que não há cultura previdenciária no Brasil. Quem explica a impopularidade do tema é outra autoridade: Paulo Tafner. Ele explica que em nenhum país do mundo, os cidadãos saem felizes às ruas, motivados por ajustes e reformas previdenciárias. No Brasil, a questão é um pouco mais crítica, em razão da experiência cruel com pagamentos de impostos sem retorno.
A economista Zeina Latif destacou o trabalho da imprensa, empenhada em incluir a pauta por diferentes abordagens. Concordo! Naquela mesma noite, no Jornal Nacional, o relatório analítico do Banco Mundial com as recomendações - inclusive sobre os salários dos servidores públicos - era divulgado pelo Jornal Nacional. (clique aqui)
Sei que a amostragem é cientificamente irrelevante, mas estou escrevendo um post de um blogue. Então, aqui, significa! E, como trabalho com Comunicação especializada em Previdência Complementar desde 1991, acho que essa experiência acumulada também significa!
Para encerrar, o âncora do Roda Viva, Augusto Nunes, fala sobre pesquisas que mostram que a sociedade já entendeu a necessidade da Reforma. Quem está causando, então, é certamente quem está com o futuro garantido.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

MATEMÁTICA: VAMOS RECONTAR ESTA HISTÓRIA!!!

Esta semana o Jornal Nacional vai apresentar uma série sobre a presença e importância da Matemática na vida cotidiana. Fico pensando: quando superarmos o medo do que nos parece complexo ao pensamento, dominaremos o mundo. Veja a chamada: 

Assustadora, ela está nas coisas mais simples da vida: a matemática



A reportagem é boa. Gostaria que mostrasse também o diferencial competitivo de quem entende de cálculos, projeções, decisões com base em análise de dados. A vida intuitiva - no século 21 - tende a dar mais espaço para essa competência que se adquire por meio dos números. A Tecnologia da Informação exige esse reposicionamento! Nós exigimos, quando buscamos por precisão, rapidez, mitigação de riscos, garantias de resultados. Mesmo a Comunicação - que até o século 20 era considerada parceira da criatividade, do subjetivismo, da interpretação - passou a ser monitorada por recursos de medição, indicadores, dados estatísticos.

A Matemática está no compasso ou descompasso das nossas veias. A gente vê o número no monitor e sabe se a pressão sanguínea está ou não normal. Os batimentos cardíacos. Os impulsos elétricos. Quantos alunos cabem em uma sala de aula? Quantos passam no exame do ENEN? Quanta cidadania e dignidade poderia ser resgatada com a mitigação da corrupção no Brasil e no mundo?

Ainda ontem, escrevi uma matéria sobre o trabalho de um padre. É impressionante o número de casamentos, batizados, missas, reuniões, doações, aulas para adultos - entre outras atividades - que uma igreja pode realizar. Tive acesso a todos esses dados. E precisei conciliá-los em uma história coerente.

Pessoas exponenciais

Tenho insistido em uma leitura considerada meio que bíblia do século 21: Organizações exponenciais - por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito) - de Salim Ismail, Michael Malone e Yuri Van Geest, rrio da Singularity University.

Entre outras ideias associadas à Tecnologia, eles revêm o conceito de abundância no século 21 - tratado também por Peter Diamandis - em contrapartida ao conceito de escassez presente em toda história da humanidade. Organizações exponencias geram impactos em escala. Transformam o mundo e o comportamento. Os exemplos são muitos. E os cientistas estão realmente entusiasmados com a celeridade dos avanços.

Há, entretanto, uma conta que não fecha: a distribuição, a democratização do acesso a esses avanços. Isso ainda é uma incógnita. No início deste século, quando preparei minha dissertação de mestrado e defendi na academia uma reflexão sobre a importância dos dados quantitativos na linguagem jornalística, minha ideia era estimular a discussão sobre essa competência que pode desenvolver a exponencialidade nas PESSOAS. O empoderamento - que naquela época eu chamei de cidadania e autonomia. 

Porque um leitor autônomo - com pensamento livre - tem mais recursos da razão para justamente se posicionar diante da escassez, da abundância, da distribuição, da concentração. Ele tem uma relação mais orgânica e não de medo ("assustadora matemática") com o mundo. Isso vale para o leitor, o telespectador e, principalmente, para o jornalista. Vale para todos. 

E a superação dessa limitação talvez desencadeie o que a Física chama de Efeito Borboleta - reação em escala - a favor de uma relação mais harmônica entre a espécie humana. Sei, parece projeções de Poliana!!!! Mas, Cara Pálida, só faz sentido se mudar para melhor. Eu penso assim!

E fica uma pergunta na minha imaginação: será que nós que criamos narrativas - corporativas, educativas, jornalísticas, publicitárias - sobre o mundo, desenvolveremos novas habilidades para contar números, histórias sobre números, prosas sobre homens, vida e futuro?

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O QUE VOCÊ VAI SER, QUANDO ENVELHECER?


Já faz tempo que eu busco respostas para essa pergunta: o que você vai ser, quando envelhecer? Porque essa pergunta é muito, muito moderna. E não, eu não estou sozinha nesta reflexão. Ontem, o programa TERRADOIS, da TV Cultura, trouxe o tema "Envelhescência" à discussão. Vale à pena investir 40 minutos nesta viagem!

 A velhice é individual! Acho que é por esse motivo que esta foto me comove tanto. No século 21, mais do que finitude, velhice se transformou em possibilidade. Isso é bom e ruim. Velhice é privilégio. Nem todos conquistam essa experiência. E velhice não é democrática! As condições financeiras são determinantes para que a experiência da velhice esteja garantida em nosso currículo de vida.

As estatísticas comprovam o que eu terminei de escrever. O Mapa da Desigualdade, divulgado em outubro, mostra que a diferença de tempo de vida a favor de quem é rico - em São Paulo - chega a quase 25 anos (clique aqui). O idoso é um sobrevivendente! Mas a questão não se limita ao aumento da longevidade. Nem mesmo se refere ao aumento do tempo de serviço, tempo de contribuição à Previdência Social. Trata-se de uma questão econômica. Trata-se de uma questão de oportunidades. Trata-se de maior ou menor exposição à violência. Maior ou menor acesso à infraestrutura, à saúde.


Tempo com dinheiro

Penso que a Reforma da Previdência não é resposta para todos os problemas econômicos e sociais do  Brasil. Penso que a Reforma Tributária não é resposta para todos os problemas econômicos e sociais do  Brasil. Penso que a Lava-Jato não é resposta para todos os problemas políticos e éticos do Brasil.

Mas são iniciativas de caráter mais genérico que, uma vez implantadas, podem ser aprimoradas para chegar a situações específicas - como os privilégios, como a tributação de heranças e grandes patrimônios, como o REFIS, como as transações internacionais do Banco Safra, desde a gestão Paulo Maluf - só para manter a questão aqui em São Paulo. Mas pode se pensar em Samarco e tantos outros crimes que só fazem aumentar essa diferença de tempo de vida entre São Paulo e outras localidades deste país continental.

Há questões de justiça, sim! Mas aprendi que a eficiência financeira e o lastro econômico precedem a justiça. Sem trabalho, não há dinheiro, saúde, educação, habitação, segurança, vida. Penso que nada disso é resposta absoluta, mas há respostas absolutas no século 21? Nem mesmo a morte é mais resposta absoluta!

Aprender a aprender


"O que você quer fazer aos 96 anos"? Para mim, esta pergunta que surge aos 35 minutos do episódio “Envelhecêscia”, de TERRADOIS, é a principal reflexão que o aumento da longevidade desencadeia. A arcaica associação entre ser e fazer. O fazer que justifica o ser.

A automação preconiza o fim deste grande paradigma do século 20. A automação é o fim, primeiro do emprego. Depois, do trabalho. E ainda das contribuições à Previdência Social. Por último, do significado de nós mesmos. 

“Nós precisamos de uma escola de ocupação da nossa longevidade”, explica o psiquiatra Jorge Forbes. E aí é que está o pulo do gato! Quem se habilita a ensinar essa lição? Com soluções, mais do que reclamações? Com transformações, mais do que restrições (além daquelas que naturalmente existem)? 

Hoje, eu não tenho respostas. Só mais ecos para a pergunta: o que você vai ser, quando envelhecer?

terça-feira, 31 de outubro de 2017

TEM GENTE QUE FAZ, ENQUANTO OS OUTROS SÓ FALAM

Eu ia começar este post explicando minha ausência nos últimos tempos. Mas decidi falar sobre minha presença no TEDx USP - INTERAÇÕES, que aconteceu dia 27 de outubro aqui em São Paulo.

Das 10 apresentações pautadas na programação, eu me identifiquei demais com as contribuições de Mathew Shirts, jornalista e brasilianista que, na rádio Band News, comanda o programa São Paulo para Paulistanos. Shirts falou sobre seu trabalho como editor na revista National Geographics publicada aqui no Brasil. E explicou como ser uma voz solitária falando sobre impactos das mudanças climáticas. Curioso, porque eu achava que essa coisa de "voz solitária" era uma espécie de exclusividade para quem trabalha com Previdência Complementar. Afinal, diferentemente, os ambientalistas são organizados, militantes, pelo Green Peace e outras instituições têm visibilidade, não é mesmo? Só que não! 

As evidências sobre os incêndios de florestas e reservas ambientais na Chapada dos Veadeiros e em Portugal apontam para ação criminosa. Os Estados Unidos, o Brasil e outros países rompem protocolos, praticam tudo o que sabem que vai destruir mas nutre a ganância e o poder. 

Ontem, no Jornal Nacional, a matéria Concentração de gás carbônico na atmosfera atinge o maior nível em 800 mil anos (clique aqui) me chamou a atenção. Porque a economia global e a sociedade (eu, inclusive) - indiferentes aos apelos e evidências dos cientistas e ambientalistas - não mudam o comportamento, ainda que haja risco para todas as espécies do planeta. 

Porque estou escrevendo isso? Porque nos últimos dias outubro as manchetes sobre Previdência na imprensa são:



Frente a esse tsunami verborrágico sem noção, eu me perguntei: vale mesmo vender essa sandice? Depois, eu senti uma nostalgia da época do jornalismo comentado, analítico e investigativo, o jornalismo consequente era mainstream neste país.

Graças a Deus, uma "voz solitária" e corajosa se manifestou com responsabilidade: o procurador do TCU Júlio Marcelo de Oliveira publicou CPI da Previdência vende uma ilusão ao afirmar que não há déficit.

"Por incrível que pareça, o gasto social do Brasil em percentual do PIB (24,5%) é superior ao do Canadá (21,3%) e do Reino Unido (24,0%) e próximo ao da Alemanha (27,3%). Ocorre que mais da metade desse gasto (12,4%) é feito com previdência e assistência social. Gastamos apenas 6% com educação pública e 4,8% com saúde pública, 0,5% com Bolsa-Família e 0,8% com Seguro Desemprego e Abono Salarial.
Os números são eloquentes, assim como o é nosso atraso econômico e social. Ao negar a necessidade de reforma da previdência, o que a CPI da Previdência nos diz é que está bom gastarmos cada vez mais com aposentadorias em vez de aumentarmos os gastos com saúde e educação. Um verdadeiro tiro no pé".

Aprender a falar

A quem interessa a redução da verba para a Educação, para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica? A quem interessa que os cientistas brasileiros abandonem o país em busca de financiamento para suas pesquisas? Quem paga pela aquisição de soluções e inovações desenvolvidas pelos cientistas brasileiros empregados no exterior?

As perguntas são incômodas e não são minhas. Trata-se de uma paráfrase de um trecho da palestra que mais me destruiu no TEDx USP. Ela foi apresentada por Natália Pasternark - bióloga, fundadora do Café na Bancada, blogue de divulgação científica, e diretora no Brasil do Pint of Science, festival internacional de divulgação científica.

Ela cobrou muito essa coisa que a gente chama de protagonismo. Protagonismo daquele já minguado percentual da população que alcançava a formação universitária. E eu fiquei com vergonha, naquela hora. E pensei: "é falar sozinho!". Será? O Conversação está com 125 mil visualizações. Quando eu comecei, tive dúvidas se vingava. Mas tentei e insisti. E sei que já fiz mais... Este ano reduzi, porque não estava muito segura sobre minhas ideias diante de tanto ruído.

Só que sei de profissionais que estão fazendo um trabalho lindo para que as PESSOAS - independentemente dos políticos, dos ruídos da imprensa, da contrainformação - tenham um futuro melhor de verdade. Para que as PESSOAS sejam autônomas, independentes dos governos que, inevitavelmente, passarão e serão passado arcaico. A todos esses profissionais comprometidos com um futuro de qualidade eu rendo minhas homenagens aqui, hoje. Com eles, eu não falo sozinha.